Album Cover Bang!

Bang!

Emicida

8

Quem é quem nessa multidão

Hei, olhe ao seu redor, camarada

Pra que as trevas não levem seu brilhoPra que as coisas não saiam do trilho

Em todo momento atenção

Hei, olhe ao seu redor, camarada

Pra que as trevas não levem seu brilho

Pra que as coisas não saiam do trilho

Ai, neguinho o caralho

Meu nome é Emicida, porra

O zica, corra, trinca, brabo, desde a orra

É o fim da zorra, vim dos free que é mate ou morra

Frio, masmorra, tio, do morro à desforra

Cor, etiópia, sépia, luz própria

Rap é anticópia, né, fi′? Deixa em off

A fama e os click-click, ouço um slick rick

No bote igual Diplik, ligeiro pique Wikileaks

São velhas agonias, novas tecnologias, 'jão

Vim pra ser Ben 10, moleque monstrão

De volta no ringue, swing no bang

Dando sangue, até o fim, fé, dorothy stang

O gueto morrendo nos corró

E o rap brigando na net pra ver quem tem um tênis melhor

É cada um com sua cruz, ′jão

Alá, Jesus, andei no mei' duns cuzão, cedi? Não

Quem é quem nessa multidão

Hei, olhe ao seu redor, camarada

Pra que as trevas não levem seu brilho

Pra que as coisas não saiam do trilho

Em todo momento atenção

Hei, olhe ao seu redor, camarada

Pra que as trevas não levem seu brilho

Pra que as coisas não saiam do trilho

Normal, chame radical

Mas não abraço que de ontem pra hoje ser preto ficou legal

Palhaços em festa, raiz cortada

A dor dos judeus choca, a nossa gera piada

Gana mata um clima bucólico, o faz melancólico

Lá fui São Tomé no inferno dos católicos

Claro que o tom soa terrorista

Meu país é um ciclista, fã do fi' do Eike Batista

Regra selvagem, merda, paisagem, tensa

Essa densa, onde nada compensa

Pra nóis contra os boys, frouxo

Tira a favela, ela te mostra 50 tons de roxo

Rejeitados, grouxo, o que gera?

Um estilo torto, mas as pernas do garrincha também eram

Pobre, louco, também pudera

Não quero ouvir groselha, é mó′ boi, tio, num prospera

Quem é quem nessa multidão

Hei, olhe ao seu redor, camarada

Pra que as trevas não levem seu brilho

Pra que as coisas não saiam do trilho

Em todo momento atenção

Hei, olhe ao seu redor, camarada

Pra que as trevas não levem seu brilho

Pra que as coisas não saiam do trilho

Nem todo mundo que tá é

Nem todo mundo que é tá

Nem todo mundo que tá é

Nem todo mundo que é tá

Nem todo mundo que tá é

Nem todo mundo que é tá

Nem todo mundo que tá é

Nem todo mundo que é tá

O mundo ainda não está acostumado

A ver o reinado de quem mora do outro lado da ilusão

A ilusão da felicidade tem quatro carros por cabeça

Deixando o planeta sem capacidade de respirar a vontade

A ilusão de que é mais vantagem em cada casa

Mais carro que filho (cada filho ou menos filho que carro)

Enquanto eu com meu faro (vou tirando onda)

Vou na bike do meu verbo tirando sarro

Minha nave é a palavra

É potente o meu veículo sem código de barra

Não tem etiqueta, embora sua marca seja boa

Minha alma é de boa marca (por isso não tem placa)

Tabuleta, (inscrição), meu cavalo pega geral

É Pegasus, (é genial), a palavra tem mil cavalos quando eu falo

Sou embaixador da rua, não esqueço os esquecidos

E eles se lembram de mim

Sentem a lágrima escorrer da minha voz

Escutam a música da minha alma

Sabem que o quero pra mim, quero pra todo o universo

É esse o papo do meu verso