Album Cover Zerovinteum

Zerovinteum

Fernanda Abreu

5

Rio! Cidade-desespero

A vida é boa, mas só vive bem quem não tem medo

De olho aberto, malandragem não tem dóRio de Janeiro, cidade hardcore

E arrastão na praia não tem problema algum

Chacina de menores, aqui, zero-vinte-e-um

Polícia, cocaína, Comando Vermelho

Sarajevo é brincadeira, aqui é o Rio de Janeiro

Rio de Janeiro, demorou, é agora

Pra se virar tem que aprender na rua

O que não se aprende na escola

Segurança é subjetiva

O melhor é ficar com um olho no padre e outro na missa

Chacinas acontecem sob um calor inominável

Beleza convive lado a lado, com um dia a dia miserável

Mesmo assim, não troco por lugar algum

Já disse: Este é o meu lar

Aqui, zero-vinte-e-um

Cuidado pra não se queimar na praia do arrastão

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

A cidade é maravilhosa, mas se liga, meu irmão

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

Aqui, fazem sua segurança assassinando menor

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

Então, fica de olho aberto, malandragem não tem dó

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

É muito fácil falar de coisas tão belas

De frente pro mar, mas de costas pra favela

De lá de cima, o que se vê é um enorme mar de sangue

Chacinas brutais, e uma porrada de gangue

O Pão de Açúcar de lá, o Diabo amassou

Esse é o Rio

E, se você não conhece, bacana (Pow, pow, pow!)

Tome cuidado, as aparências enganam

Aqui a lei do silêncio fala mais alto (Fala mais alto!)

Te calam por bem ou vai pro mato

Mas, de repente, invadem a minha área, todos fardados

Eu tô ficando louco, ou tem alguma coisa errada?

Brincando com a vida do povo, então, se liga na parada

Porque, hoje, ninguém sabe, ninguém viu

Um dia, alguns se cansam e pow! Guerra civil

Mas como diz o ditado: Quando um não quer, dois não brigam

Mas já que ′cê tá pedindo, segura a ira

Porque a cabeça é fria, mas o sangue não é de barata

Esse é o Rio, mermão

É, o veneno da lata

Veneno da lata

Da lata

Ho, ho, ho, ho!, faz o Papai Noel

Pow, pow, pow, pow! E nego não vai pro céu

Vejo V de Vendetta, lírica bereta

Black Alien e família, soem as trombetas

Tomando de assalto a cidade que brilha

Mãos ao alto, vamos dançar a quadrilha

288 é formação de quadrilha

Nome: Gustavo Ribeiro, a descrição do elemento

Primeiro, é o olho vermelho, na mente, no momento

Como diz o Bispo: Eu sou artista, esse é meu lixo

Acesso ao som restrito, ao perito

O dialeto, se dito, é um perigo, amigo

Para o consumo da alma sem abrigo

O ritmo e a raiva, a raiva e o ritmo

E sobre o abismo, sem ismos, eu cismo

Vou ao silo e toco o sino

Cuidado pra não se queimar na praia do arrastão

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

A cidade é maravilhosa, mas se liga, meu irmão

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

Aqui, fazem sua segurança assassinando menor

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

Então, fica de olho aberto, malandragem não tem dó

Ha-ha-ha, é o Rio de Janeiro

Seu Gilberto Cardoso dos Santos, Dona Jane, Lucilete Silva Santos

Descansem em paz, descansem em paz

Fábio Pinheiro Lau, Joacir Medeiros, Guaracy Rodrigues

Hélio de Souza Santos, Lucineia, Núbia, Paulo Roberto Ferreira, Adalberto de Souza

Descansem em paz

Cláudio Feliciano, Lúcio e Paulo Cesar Soares, Cléber Alves

Amarildo Baiense, Edmílson Rocha, José dos Santos

E sobre o abismo, zero-vinte-e-um

Vigário Geral

É, Rio de Janeiro

Rio de Janeiro!